Além disso, atualmente há cada vez mais o entendimento de que o tratamento da DII deve ir além do controle dos sintomas e da remissão clínica, tendo como objetivo alcançar a cicatrização da mucosa intestinal.

Evolução das metas de tratamento, melhora dos sintomas, remissão clínica, remissão livre de corticosteroides e cicatrização da mucosa

Mas porque isso é importante?

Apenas a ausência de sintomas não significa que a DII esteja controlada: mesmo sem sintomas, os pacientes com DII ainda podem apresentar uma inflamação no intestino10.

A cicatrização da mucosa é a restauração do revestimento intestinal, ou seja, o tecido do intestino do paciente sem lesões, úlceras e sangramento e com um aspecto saudável11.

Pacientes que atingem a cicatrização da mucosa intestinal têm melhores resultados no controle da doença no longo prazo e taxas de hospitalizações e cirurgias reduzidas12,13.

Os médicos conseguem avaliar se o paciente atingiu a cicatrização da mucosa intestinal por meio de alguns exames:

EXAMES DE IMAGEM
(endoscopias e biópsias14,15)

Permitem que o médico veja o aspecto do intestino e avalie se existem úlceras, sangramento e outros danos ao tecico intestinal.

BIOMARCADORES

Acompanhar os níveis de calprotectina fecal16 ajuda o médico a identificar pacientes com risco aumentado de recidiva da doença. Feito através de um exame de fezes.

Como falar sobre seu tratamento com seu médico?

A definição do tratamento pelo seu médico vai depender de diversos fatores, como presença dos sintomas, localização e gravidade da doença, resposta aos tratamentos anteriores, número de crises entre outros9.

Nas suas consultas, você pode:

Perguntar ao seu médico sobre os resultados dos exames realizados para ajudar a entender os impactos internos da DII, mesmo se você estiver se sentindo melhor.

Falar abertamente com seu médico sobre sintomas como frequência de idas ao banheiro, ocorrência de crises, presença de dor abdominal.

Manter linhas de comunicação abertas com seu médico(a) sobre como a doença de Crohn ou a retocolite ulcerativa afetam sua vida diariamente e o seu bem-estar social e emocional.

Referências:

  1. Bernstein CN, Eliakim A, Fedail S, et al.; Review Team:. World Gastroenterology Organisation Global Guidelines Inflammatory Bowel Disease: Update August 2015. J Clin Gastroenterol. 2016 Nov/Dec;50(10):803-818.
  2. Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn [ABCD]. Sobre a doença de Crohn. Disponível em: https://www.abcd.org.br/sobre-a-doenca-de-crohn/. Acesso em: 07 mar. 2022
  3. Faria LC, Ferrari MLA, Cunha AS. Aspectos clínicos da doença de Crohn em um centro de referência para doenças intestinais. GED 2004 jul; 23(4): 151-163.
  4. Cosnes J, Cattan S, Blain A, et al. Long-term evolution of disease behavior of Crohn's disease. Inflamm Bowel Dis. 2002 Jul;8(4):244-50
  5. Wilson B, Lonnfors S, Hommes DW, et al. P406 A European Crohn's and ulcerative colitis patient life IMPACT survey, Journal of Crohn's and Colitis. 2021, 6 (Supplement_1): S171
  6. van der Have M, van der Aalst KS, Kaptein AA, et al. Determinants of health-related quality of life in Crohn's disease: a systematic review and meta-analysis. J Crohns Colitis. 2014 Feb;8(2):93-106.
  7. Bjarnason I. The Use of Fecal Calprotectin in Inflammatory Bowel Disease. Gastroenterol Hepatol (N Y). 2017 Jan;13(1):53-56.
  8. Ananthakrishnan AN. Epidemiology and risk factors for IBD. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2015 Apr;12(4):205-17.
  9. Cartilha Gediib - Diagnóstico e Tratamento da Doença Inflamatória Intestinal - Disponível em: https://gediib.org.br/wp-content/uploads/2022/04/Cartilha-Diagnostico-e-Tratamento-da-Doenca-Inflamatoria-Intestinal-1.pdf. Acesso 01.04.2024
  10. Baars JE, Nuij VJAA, Oldenburg B, Kuipers EJ, van der Woude CJ. Majority of patients with inflammatory bowel disease in clinical remission have mucosal inflammation. Inflamm Bowel Dis. 2012;18(9):1634-1640. doi:10.1002/ibd.21925
  11. Dave M, Loftus EV Jr. Mucosal healing in inflammatory bowel disease-a true paradigm of success? Gastroenterol Hepatol (N Y). 2012 Jan;8(1):29-38. PMID: 22347830; PMCID: PMC3277196.
  12. Colombel JF, D'haens G, Lee WJ, Petersson J, Panaccione R. Outcomes and strategies to support a treat-to-target approach in inflammatory bowel disease: a systematic review. J Crohns Colitis. 2020;14(2):254-266. doi:10.1093/ecco-jcc/jjz131.
  13. Picco MF, Farraye FA. Targeting mucosal healing in Crohn's disease. Gastroenterol Hepatol. 2019;15(10):529-538.
  14. Klenske E, Bojarski C, Waldner M, Rath T, Neurath MF, Atreya R. Targeting mucosal healing in Crohn's disease: what the clinician needs to know. Ther Adv Gastroenterol. 2019;12:1756284819856865. doi:10.1177/1756284819856865.
  15. Turner D, Ricciuto A, Lewis A, et al. STRIDE-II: an update on the selecting therapeutic targets in inflammatory bowel disease (STRIDE) initiative of the International Organization for the Study of IBD (IOIBD): determining therapeutic goals for treat-to-target strategies in IBD. Gastroenterology. 2021;160(5):1570-1583. doi:10.1053/j.gastro.2020.12.031.
  16. Theede K, Holck S, Ibsen P, Kallemose T, Nordgaard-Lassen I, Nielsen AM. Fecal Calprotectin Predicts Relapse and Histological Mucosal Healing in Ulcerative Colitis. Inflamm Bowel Dis. 2016 May;22(5):1042-